Maracanã, 28 de setembro de 1966


Apesar de possuírem campos próprios, nem Bangu nem Olaria puderam utilizar seus estádios para abrigar a partida da 5ª rodada do Campeonato Carioca. A Federação Carioca de Futebol decidiu que o jogo entre os dois times suburbanos seria quarta-feira à noite, no Maracanã. Ou seja: certeza de prejuízo.
“Esta partida está fadada, infelizmente, ao fracasso financeiro, já que a torcida dos dois clubes dificilmente cobrirá, pelo menos, as despesas com a manutenção do maior estádio do mundo” - vaticinava a Tribuna da Imprensa.
Para piorar ainda mais, o tempo chuvoso e a baixa temperatura, afastou até quem tencionava sair de casa para ver o jogo vistoso do Bangu, o líder do Campeonato. Desta forma, apenas 1.031 pessoas passaram pelas bilheterias do Maracanã.
Quem enfrentou as más condições climáticas assistiu a um jogaço. Aos 5 minutos, o Olaria – autêntica zebra – assustou a meta de Ubirajara, com um chute de Didinho que se chocou com o travessão. O Bangu marcou com Cabralzinho, aos 21, mas o árbitro Eunápio de Queirós viu impedimento no lance.
O placar só foi se movimentar aos 34 minutos, com o ídolo Cabralzinho. Depois de sofrer falta de Zé Maria nas proximidades da área, o atacante ajeitou a bola com capricho e bateu com firmeza para fazer a alegria dos banguenses: 1 a 0.
Aos 42, foi a vez de Ênio levantar a bola na área e Paulo Borges, de cabeça, balançar as redes do goleiro Jurandir, que falhou no lance: 2 a 0. A vitória, que já parecia consolidada, ficou ainda mais clara quando o árbitro expulsou o zagueiro olariense Zé Maria, por falta em Jaime, aos 44 minutos.
No intervalo, o técnico Alfredo González pediu a seus comandados que continuassem pressionando para melhorar o saldo de gols e mostrar aos outros grandes do Rio que o Bangu era o favorito ao título de 1966.
Aos 5 minutos do 2º tempo, Jaime cruzou na área, Cabralzinho matou no peito e chutou forte. Indefensável! Era o terceiro gol alvirrubro. Com o Olaria completamente perdido, aos 7 minutos saiu o quarto gol. Cabralzinho tocou para Ênio na marca do pênalti encobrir o goleiro reserva Jaeder.
Uma verdadeira “fábrica de gols”, o Bangu foi às redes também aos 9 minutos. Jair esticou uma bola na área, Cabralzinho deixou passar e Paulo Borges apareceu para chutar e marcar: 5 a 0. Fácil, fácil!
Aos 15 minutos, quando Cabralzinho – o grande nome da partida - saiu de campo com uma entorse no tornozelo direito, os banguenses entenderam que era o fim do espetáculo e os bariris agradeceram aos céus: 5 a 0 já estava de bom tamanho...
Com o resultado, o Bangu era o líder do Campeonato Carioca com 100% de aproveitamento e incríveis 22 gols anotados em apenas cinco partidas.


Campeonato Carioca 1966
