Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias

Felipe exalta estilo próprio como treinador: “Procuro priorizar um bom futebol”

22/03/2022 - 06h45
Fonte: Yahoo Esportes (Marcelo Guimarães)
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Felipe tecnico do Bangu durante partida contra o Vasco no estadio Sao Januario pelo campeonato Carioca 2022
Felipe técnico do Bangu durante partida contra o Vasco no estádio São Januário pelo campeonato Carioca 2022

Jogador com mais títulos na história do Vasco, Felipe se aposentou em 2013 e, desde então, começou a se preparar para exercer a função de treinador. Hoje, técnico do Bangu, que disputa o Campeonato Carioca, ele mostra a mesma personalidade do período nos gramados e um estilo próprio de comandar a sua equipe.

Ao longo de sua carreira como jogador profissional, ele trabalhou treinadores de renome, como Abel Braga, Vanderlei Luxemburgo, Ricardo Gomes e Antônio Lopes e vê em cada uma certa influência na sua forma de trabalho. Felipe, porém, coloca que desenvolveu uma forma própria de trabalhar.

- Eu aprendi muito com esses treinadores. Cada um com a sua própria característica. Não tem um específico, mas o meu estilo é próprio. Tento passar tudo o que aprendi durante a minha carreira como jogador. Com certeza, todos esses treinadores citados me ajudaram muito na minha formação como atleta e hoje como treinador. Mas em termos de característica, eu tenho a minha própria. Por eu ter sido um jogador muito técnico, procuro sempre priorizar um bom futebol.

E o estilo de trabalho de Felipe já começa a ser reconhecido no Campeonato Carioca. Principalmente contra os quatro times grandes do Rio de Janeiro, o Bangu mostrou ser uma equipe bastante organizada, embora tenha falhado no “terço final” do campo.

O “maestro” justifica as oscilações da equipe ao fato de ter muitos jovens no elenco e diz que os resultados fazem parte de um processo.

- O trabalho está fluindo, com algumas oscilações, mas os resultados estão aparecendo em alguns jogos. Perder, ganhar e empatar faz parte do processo. O mais importante é como isso acontece. Já tive jogos que ganhei e não sai satisfeito e já tive jogos que perdi e sai satisfeito com a apresentação da minha equipe. Essa oscilação vai acontecer porque é um grupo jovem, mas o mais importante é que estamos no caminho certo e esperamos ter sucesso nessa carreira difícil que é ser treinador de futebol. Em relação ao terço final, é a parte mais difícil do futebol. Você pega uma equipe com a linha baixa, a dificuldade é muito grande. Pecamos em algumas finalizações, mas os jogadores são jovens e estamos buscando melhorar e não tenho dúvida que esse crescimento vai acontecer dentro da competição.

Confira outros trechos da entrevista de Felipe:

Como foi o retorno a São Januário no Campeonato Carioca? Por ser adversário na partida, você ficou com receoso de como a torcida reagiria?

O encontro foi maravilhoso. Há muito tempo que eu não pisava em São Januário. Reencontrar a torcida e o clube que você fez história é, sem dúvida, imensurável. Obvio que, antes, a gente fica com uma dúvida sobre como seria recebido, mas graças a Deus tudo deu certo, o encontro foi maravilhoso e só a agradecer à torcida pelo carinho comigo.

Na partida contra o Vasco, o Riquelme foi até você e te deu um abraço, mostrando idolatria. Ele é um jogador comparado a você, pela qualidade técnica. Porém, desde que você deixou o Vasco, em sua primeira passagem, todos na posição sofreram com a sua sombra, não houve um jogador que se firmou na lateral como você. Até mesmo o Gilberto chegou a ser questionado. Qual o conselho que você daria ao Riquelme, que é cria do clube como você?

- O conselho que eu dou ao Riquelme é que ele se divirta dentro de campo. Jogue um futebol ousado e com muita personalidade. Ele é um jogador muito técnico. A pressão vai existir e ele sabe disso. Jogador que é criado no Vasco sabe da pressão que a torcida exige, da exigência que é jogar no Vasco. Não dúvida que, se ele tiver uma sequência, vai se tornar um grande jogador.

Você ainda tem o desejo de trabalhar como gestor ou agora só como treinador?

- Eu nunca tive um desejo de trabalhar como gestor, não. Óbvio que eu tive alguns convites, mas, desde que eu parei, quando eu fiz os cursos da CBF, foi para trabalhar como treinador. O curso de gestão que eu fiz foi para aprender um pouco mais sobre essa área, para me qualificar mais ainda. Mas eu sou muito feliz e faço o que eu amo, procurando passar tudo o que eu aprendi dentro de campo para os meus jogadores. Estou muito feliz no Bangu, a minha passagem no Tigres foi boa. Foi um aprendizado muito grande. Como coordenador técnico da Ponte Preta também, foi muito bacana. Mas o prazer que eu tenho de estar dentro de campo e passar os conhecimentos para os meus atletas é, sem dúvida, o que eu mais gosto e mais seu fazer. E pretendo dar sequência a minha carreira como treinador.

Na sua primeira passagem como treinador, Pedrinho foi o seu auxiliar no Tigres. Você tem o desejo de convencê-lo a deixar a carreira de comentarista para formar a mesma dupla de sucesso?

Quando a gente parou de jogar, a gente estudou junto. Eu e o Pedrinho fizemos os cursos da CBF e trabalhamos juntos. Na realidade, a porta sempre vai estar aberta para ele. É um irmão que eu tenho. A gente se fala praticamente todos os dias sobre futebol. Então, ele me ajuda, eu o ajudo. A troca de conhecimento é sempre muito importante para gente sempre estar evoluindo. Mas eu acho que hoje ele é uma referência como comentarista. Não tenho dúvida que ele está muito feliz e espero que ainda tenha mais sucesso em sua carreira.